
O grupo foi fundado no dia 3 de Agosto de 2001 em São Brás de Alportel, aquando da sua primeira apresentação oficial em público, levada a cabo no Museu Etnográfico do Trajo Algarvio.
É composto por 13 elementos, cujas idades variam entre os 12 e os 65 anos. Apresenta instrumentos tradicionais como o acordeão, a viola, a braguesa, o cavaquinho, o adufe, o bombo, a pandeireta, o reque-reque, as castanholas, os ferrinhos, entre outros. O seu repertório é constituído por cantares tradicionais (de temática profana e religiosa), oriundos das diferentes regiões do país, com maior incidência para a tradição etnomusicológica algarvia. Para além de levar a cabo recolhas de cantigas na região algarvia, nomeadamente na zona serrana, executa, em paralelo algumas adaptações de melodias com autoria.
Os objectivos do agrupamento passam pela preservação, divulgação e enriquecimento – este através das adaptações e arranjos que o grupo leva a cabo nos cantares apresentados – da música tradicional portuguesa.Como agrupamento sedeado em S. Brás de Alportel, pretende igualmente representar o concelho em termos culturais junto de outros espaços e gentes. Além disso, a recolha de canções provenientes do concelho persegue o objectivo de apresentar um quadro de tradições que marque a individualidade e identidade culturais são-brasenses em termos etnomusicológicos.
“Tudo começou com os cantares tradicionais de Natal e de Ano Novo. Entre palhinhas, reis magos e chouriças percorremos as «veredas» da nossa terra e as da memória colectiva do povo levando na bagagem melodias e versos de outros tempos. Gradualmente, fomos descobrindo a riqueza do cancioneiro tradicional e pensámos em seguir outras veredas (mais profanas), que nos levaram aos cantares não só algarvios como de outras regiões do país. Ao núcleo inicial juntaram-se então mais alguns elementos e, a partir de meados de 2001, começámos a trilhar uma vereda comum: a música tradicional portuguesa.
A nossa contribuição nesse campo é apenas e tão só mais uma das leituras possíveis que se pode fazer das sonoridades que, ao longo dos tempos, ritmaram a vida de inúmeras gerações. Estas transmitiram-nas entre si, através de um precioso baú de trilhos e encruzilhadas culturais chamado memória, moldando-as, adaptando-as e aplicando-as ora num contexto espiritual ora num ambiente lúdico ou até mesmo profissional.
A sabedoria popular costuma dizer: «Quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto». Tal como tantos outros o fizeram em tempos passados, também a herança de melodias e letras que recebemos (e que, no fundo, (re)descobrimos) acaba por ter «bocadinhos» de cada um de nós, da nossa própria sensibilidade emotiva e musical. Esses «bocadinhos» são, no fundo, a forma particular como cada um de nós recebe e interioriza esse imenso manancial de sons e palavras. São também esses «bocadinhos» que acabam por contribuir decisivamente para uma maior vitalidade e enriquecimento da música tradicional portuguesa.
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