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Café “Romão”

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Este mês, seguimos pela Estrada 270 e rumamos ao sítio dos Vilarinhos para falarmos com um casalinho amoroso: Romão e Estela Santos que, desde 1985, abrem a porta do “Café Nogueira”, que todos conhecem por “Café Romão”, pois claro!

Em novembro de 1940, já lá vão 81 primaveras, nascia o menino Romão Santos no sítio dos Vilarinhos. O mais novo de três irmãos que viria a ser conhecido em São Brás de Alportel e arredores pela sua perícia como alfaiate e pelo ateliê que montou e geriu juntamente com a esposa num espaço ao lado do atual café.

Na década de 80, pensou em montar um café que pudesse ser um futuro profissional para o filho que estava em idade de ir para a tropa. O filho acabou por passar logo à reserva territorial, mas não tinha aptidão para o negócio e Romão ainda tentou manter os dois negócios abertos, mas as atividades revelaram-se incompatíveis.

Como os olhos já acusavam cansaço para as apuradas tarefas da costura e Romão foi-se apercebendo que o ofício estava em declínio fruto da concorrência do pronto-a-vestir, lá se decidiu optar por continuar com o café e ir deixando a alfaiataria.

O Café Romão foi-se tornando um espaço de encontro e convívio, onde até hoje continua a ser possível encomendar petiscos tradicionais, que são sobretudo momentos muito especiais, e onde o cliente tem um atendimento personalizado, muito hospitaleiro, calmo e familiar.

Romão conta que apesar de chamarem ao café de “Romão”, na verdade o nome do estabelecimento é Nogueira por causa de uma nogueira que muito acarinha, ou não tivesse sido plantada no quintal pelo seu pai e que ainda hoje dá sombra à sua esplanada.

“É o símbolo da casa. Foi o meu pai que ma deu e eu gosto dela”, afirma recordando que durante as obras de ampliação do café sugeriram que fosse retirada e que não deixou.

 

Mas este espaço tem outra particularidade….

É que Romão é um grande apreciador de coisas antigas e singulares. Um verdadeiro guardião da memória e um contador de histórias a que ninguém resiste. Confessa até que já pensou em transformar o café num museu quando fechar o negócio.

Para já, vários recantos do espaço foram dedicados à exposição de ferramentas, balanças, fotografias, revistas e outras publicações, peças de barro e madeira, búzios e pedras que de alguma forma o fazem recordar, por exemplo, de países ou animais. Também tem vários fósseis que mira com olhar curioso. “A evolução que houve no mundo para isto ficar assim!”, observa pensativo.

Sempre que alguém mostra curiosidade, Romão vai dando a conhecer as peças que tem vindo a reunir e garante que “as pessoas gostam muito”.

 

Não perca esta rota e descubra estes espaços tradicionais que fazem parte da nossa História! Pode descobrir mais no sítio do município em www.cm-sbras.pt

Textos: Sofia Silva / Marlene Guerreiro

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