NOTA HISTÓRICA:
Não será por acaso que as vias de comunicação ganham em São Brás de Alportel um significado especial e se tenham mesmo constituído como um dos seus símbolos maiores: é a calçadinha que desde eras remotas riscou este chão na direção do norte e o possível ponto de paragem e repouso para viajantes, que aqui se julga ter existido; é a Estrada Real que lhe sucedeu; é também a sua perpendicular que liga as duas pontas do Algarve e que também mereceu o título de Estrada Nacional; é enfim a centralidade originada pela geografia.
Depois, vieram os viajantes, os almocreves, os arreeiros e os comerciantes de cortiça. São Brás de Alportel era um atalho e conveniente entreposto entre a banda oriental e a ocidental da Região mas também entre a costa e a serra. Mais além, estava o Reino de Portugal e São Brás de Alportel, sempre presente à beira do caminho.
O topónimo das “Quatro Estradas” era o coração deste sistema complexo que hoje se situa no Largo de São Sebastião.
Foi com a construção da Ermida de São Sebastião, após 1673, que o Largo ganhou a a sua denominação.
Nos finais do século XIX, a aldeia havia crescido. O Largo de São Sebastião era já um lugar acanhado com o templo rodeado por uma densa malha urbana com becos e ruelas.
Por tal, em 1892 foi decidido mandar-se demolir a igreja e assim a próspera aldeia ganhou um espaço amplo que contudo preservou até aos nossos dias o topónimo.
O espaço conheceu mais tarde uma nova evolução: em 1950, a demolição do quarteirão existente entre o Largo e a Rua João Rosa Beatriz, permitiu uma nova ampliação daquele espaço num desenho que se mantém até aos nossos dias.
Em 1957, a comunidade são-brasense aqui ergueu um monumento, em homenagem ao Poeta Bernardo de Passos.
Sessenta anos depois, um projeto de requalificação dá ao Largo uma nova vida, no coração da vila.