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As pedreiras

As pedreiras

Em 2016, com a colaboração do Gabinete de Arqueologia da Câmara Municipal, sediado no Centro Explicativo e de Acolhimento da Calçadinha, seguimos caminho, na redescoberta do nosso valioso Passado… Vamos por Vales da Memória, em busca do Património Industrial e Técnico, uma riqueza enraizada na história e na vida das gentes de São Brás de Alportel.

Atenção: A leitura desta rubrica não dispensa uma visita ao Centro Explicativo e de Acolhimento da Calçadinha, em pleno Centro Histórico! A nossa História é o nosso Tesouro Comum!

As Pedreiras

A indústria extrativa da pedra é a segunda mais representativa do concelho, representando um valioso recurso natural do território são-brasense.

Também neste setor se registaram muitas alterações e constante evolução.

Das 31 explorações identificadas no concelho de São Brás de Alportel atualmente apenas 6 estão ativas.

Estamos a falar do património natural de origens ancestrais…

As rochas aflorantes (Funchais e Mesquita) formaram-se no Jurássico, período geológico que decorreu entre os 195 e os 141 milhões de anos!

A temperatura das águas oceânicas, então mais elevadas, permitiu o desenvolvimento de uma fauna luxuriante que incluía recifes de corais. Na base dos seus taludes acumularam-se restos dos animais que aí habitavam, bem como conchas e outras partes dos seus exosqueletos. Da cimentação destes elementos bioclásticos resultaram as rochas da formação geológica existente nas pedreiras da Mesquita.

A rocha extraída das pedreiras da Mesquita figura no Catálogo das Rochas Ornamentais Portuguesas com a designação de Brecha Avermelhada de Mesquita.

A formação geológica a que pertence (Formação Cerro da Cabeça) aflora numa área de 30 km2, que se estende, de forma descontínua, desde os Vilarinhos até ao meridiano de Cabanas de Tavira.

A Brecha Avermelhada de Mesquita é um calcário rico em restos de animais fossilizados, nomeadamente de espongiários, crinóides e corais. Não obstante o seu nome, a brecha pode tomar várias cores: castanho, cinzento, amarelo, creme e cor-de-rosa que, por vezes, surgem combinadas. Esta rocha é utilizada na construção civil, em peças de mobiliário e de decoração e como matéria-prima para esculturas.

Durante o período áureo do Iraque este era um destino preferencial desta rocha com elevada exportação a partir de São Brás de Alportel.

Por seu lado, o calcário, extraído na zona de Funchais, alimenta a tradição do uso da calçada que continua a ser usada como a tradicional pavimentação dos arruamentos e espaços públicos.

O tradicional ofício de canteiro continua ainda a ter alguns seguidores, verdadeiros artistas de “escopo e martelo” que transformam a pedra em bonitas peças.

 

Informação gentilmente cedida por: Angelina Pereira, coordenadora do Gabinete de Arqueologia da Câmara Municipal de São Brás de Alportel

Mais informações: numa visita ao Centro da Calçadinha (na Rua do Matadouro, junto às Piscinas Descobertas), ou através de tel. 289 840 004 ou correio eletrónico: centro.calcadinha@cm-sbras.pt ou ainda na internet em http://www.cm-sbras.pt e http://www.calcadinha.cm-sbras.pt