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A azeite na história...

A azeite na história...

Seguimos a nossa viagem, por Vales da Memória, em busca do Património Industrial e Técnico, uma riqueza enraizada na história e na vida das gentes de São Brás de Alportel.

O uso do azeite é milenar, embora não se saiba com exatidão a sua origem.A oliveira já seria cultivada por volta de 5000 a.C. no Mediterrâneo Oriental e Ásia Menor, tendo-se expandido pela Europa Mediterrânica através dos Fenícios, que o comercializavam transportando-o em ânforas e, posteriormente, dos Gregos e dos Romanos.Os Gregos e os Romanos foram grandes produtores de azeite, descobrindo-lhe múltiplas funções: na alimentação, na medicina, na higiene, na beleza (perfumes), bem como propriedades terapêuticas. Utilizaram-no também como combustível para a iluminação, lubrificante para armas, ferramentas e alfaias agrícolas, impermeabilizante para fibras têxteis e era essencial em ritos religiosos (culto aos mortos).O seu nome: “az + zait” significa «sumo de azeitona» e foi-nos legado pelos árabes, os quais introduziram inovações importantes ao nível das práticas do cultivo, enxerto, poda e novos métodos de extração de azeite (prensagem). Foram os principais impulsionadores do cultivo de extensos olivais no atual território português.No século XII, os primeiros forais outorgados referem a produção de azeite sobretudo nas províncias da Estremadura e do Alentejo, bem como no Algarve (1269), tendo sido em Évora (1392) que se lavrou a primeira regulamentação do ofício de lagareiro.Segundo Silva Lopes (1836: 134), no século XIX, o azeite produzido no Algarve assegurava as necessidades da região e o excedente era exportado.Em São Brás, sabe-se que, desde tempos recuados, se plantaram oliveiras para a produção de azeite e de azeitonas para consumo próprio e comércio dos mesmos. Segundo Estanco Louro (1996: 148), o azeite que era produzido numa dezena de lagares, espalhados por todo o concelho e ainda, em parte apreciável, em casa do lavrador, provinha da azeitona apanhada, única e exclusivamente, no concelho.

Texto: Angelina Pereira