Prosseguimos o nosso caminho, à descoberta das Lojas e empresas com História, que escreveram as páginas da nossa Memória Comum.
Nesta edição, caminhámos rumo a nascente, até ao n.º140 da Rua Dr. José Dias Sancho, onde encontramos a Drogaria “O Parafuso”, uma Loja com 3 décadas de história, fundada em 1988 por Francisco Soares, pela esposa, Odete Soares, e pelo filho mais velho, Hélder Soares.
Após várias décadas a ganhar a vida em Angola e, mais tarde também na África do Sul, o casal Soares decidiu regressar a Portugal. Em busca de um local de clima agradável e seguro, acabaram por se instalar em São Brás de Alportel numa casa que haviam comprado e que se transformou em lar e também na primeira loja do novo negócio da família.
Na África do Sul, Francisco era técnico oficial da empresa IBM. Na década de 80 teve um pressentimento de que os computadores iriam matar a máquina que ele mais gostava de arranjar: a máquina de escrever! Por isso, quando pensou em montar um negócio procurou uma área que lhe permitisse manter a ligação com máquinas e peças, o que se concretizou com a criação de uma drogaria.
Na época, contavam com a concorrência das drogarias “Gago”, “Picanço” e Francisco Domingos a trabalhar na vila de São Brás de Alportel. Procuraram marcar a diferença e ganhar clientela com novas filosofias, conta Hélder Soares que atualmente partilha a gerência da empresa com o irmão mais novo, Hugo Soares. Começaram por manter a hora aberta à hora do almoço, abriam logo às 8h00 da manhã e organizaram o espaço para que fosse uma drogaria “self-service”, onde os clientes podiam percorrer os corredores e escolher os produtos que pretendiam.
Regressados da África do Sul, dominavam o inglês e isso trouxe-lhes uma carteira de fiéis clientes estrangeiros, muitos vindos até de outros concelhos vizinhos.
A empresa familiar, que começou apenas com os seus fundadores, conta atualmente com 10 funcionários e por via do crescimento do negócio foi deslocada para o n.º 140 da mesma rua, em 2004, onde funciona atualmente.
“Esta empresa não são só os proprietários, é toda uma equipa”, comenta Hugo Soares.
Quando perguntamos por Histórias, dizem-nos ter muitas mas frisam que “não são para contar no jornal!”. Contudo, deixam escapar que há quase 30 anos, no final de uma manhã de sábado, fecharam a loja sem se aperceberem que ainda tinha ficado um cliente na loja. Na segunda-feira seguinte, quando chegaram à loja tinham um bilhete do cliente com a lista de produtos que tinha levado e a dizer que na segunda-feira ia pagar. O que aconteceu! “Ainda é nosso cliente”, comenta Hélder Soares.
Hélder não esconde que o negócio foi afetado pela entrada no mercado das grandes superfícies que abrem ao domingo e têm um horário alargado. Contudo, diz que ganham terreno com o atendimento personalizado e com algumas marcas exclusivas de motosserras.
“As coisas foram fluindo e quando demos por isso já tinham passado 30 anos!”, relata-nos.
Na perca esta rota e descubra estes espaços tradicionais que fazem parte da nossa História! Pode descobrir mais no sítio do município em www.cm-sbras.pt
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