Uma Terra com História
A ocupação humana no Concelho remonta à Pré–História (desde o Paleolítico) estando atestada por alguns achados: brunidor de xisto negro, lascas de sílex, quartzo e quartzito e um seixo em xisto jaspóide que parece ter desenhado numa das superfícies um bovídeo e, na outra, um cavalo. No que se refere à Proto-História o desconhecimento é ainda total. Por outro lado, os períodos históricos mais representados e por isso mais estudados são o Romano e o Medieval Islâmico.
A presença Romana ficou testemunhada por diversos vestígios que nos apontam para a existência de possíveis necrópoles, casais agrícolas e uma villa, identificados pela presença de fragmentos de cerâmica: seja ela fina (campaniense e terra sigillata), comum, de armazenamento (ânforas e dolia) e de construção (tegulae,ímbrices, tijolos), bem como pela descoberta de um mascarão de asa de sítula (pega de panela), cuja cronologia mais antiga remete para o século II–I a.C. prolongando-se até ao IV–V d.C..
Quanto ao período Medieval Islâmico sobrevivem, para além das marcas observáveis na actual toponímia e nos costumes, alguns sítios arqueológicos, designadamente alcarias e pequenos povoados agrícolas com uma ocupação cronológica compreendida entre os séculos X-XIII, identificados pela presença de artefactos cerâmicos: louça de mesa (decoradas a “corda seca” e vidrados melados com decoração a manganês), de cozinha (panelas, alguidares), de armazenamento (cântaros, talhas) e de construção (telhas digitadas). Assim como por artefactos metálicos, dos quais fazem parte uma placa–amuleto que contém uma inscrição religiosa, com um tipo de escrita designada por cúfico floral que se caracteriza pela estilização dos caracteres angulados rematados por motivos vegetalistas (flores ou bolbos) e um conjunto de moedas que integra um dinar (moeda em ouro).