A são-brasense Helena Lopes da Cruz deixou-nos um testemunho escrito muito valioso na sua Monografia de S. Braz de Alportel, escrita na sua juventude, possivelmente na década de 1920As velas e paus enfeitados estão presentes:“Outra festa de grande devoção é a da Páscoa.O que mais caracteriza esta festa é a procissão da Ressurreição. No domingo de Pascoa, homens e crianças, envergando opas, levam tochas ( paus velas grandes de um metro e meio de comprido), enfeitados até ao meio de flores naturais. Percorrem as ruas adeante do palio entoando. - Ressuscitou como disse Alleluia, Alleluia. É a unica terra do Algarve onde se faz esta cerimónia e, por isso acorrem a S. Braz muitos forasteiros”
1920O Jornal Folha do Domingo dá-nos vários relatos da procissão de São Brás de Alportel:“única em todo o Portugal. Incorporam-se nela dezenas de rapazes, que empunhando suas velas enfeitadas com lindas flores, entoam em alta grita, o “ressuscitou como disse, aleluia, aleluia”. Isto só em São Brás e a alegria que em todos se nota e a satisfação que em todos os rostos se lê, é como que a compensação da tristeza profunda dos dois dias anteriores» Em seguida celebrava-se a missa” (FD 1920).
1921Em 1921, realizaram as procissões da Semana Santa «e no domingo a tradicional procissão da ressurreição na qual tem um papel predominante a mocidade são-brasense, entoando com quanta força os pulmões têm, o ressuscitou, como disse, aleluia, aleluia». (FD 1921).
1925Em 1925 ainda existia na paróquia várias confrarias que davam dignidade à procissão. O articulista afirma que a procissão é em honra do Santíssimo Sacramento.No Domingo de Páscoa pelas dez horas saiu da igreja paroquial pelas ruas desta vila uma imponente procissão do Santíssimo Sacramento, na qual se incorporaram todas as confrarias desta freguesia, cantando o povo alegremente:Ressuscitou como disse, aleluia (FD 1925).
1928Realizaram-se, em 1928, as procissões da Semana Santa e da Páscoa. O articulista fala de modo particular da procissão nocturna de Sexta-Feira Santa. Algumas mentes republicanas usavam a Liberdade para faltar ao respeito e provocar distúrbios. Afirma que o Enterro do Senhor foi «imponente» apesar da oposição política reinante. Não houve incidentes pois havia policiamento no templo e nas ruas da vila. Por aqui se vê que São Brás de Alportel tinha uma célula republicana aguerrida como noutras localidades algarvias. Até dentro da Igreja havia polícias tal era a falta de educação e de respeito… (FD 1928).
1942Em 1942, o povo da São Brás de Alportel testemunhou a sua fé com respeito. No Domingo de Páscoa realizou-se a tradicional procissão da Ressurreição, aparecendo sem respeitos humanos, bastantes homens empunhando ramos de flores e cantando com muito propósito e respeito». O Dr. Alberto deu um jantar a todos os pobres da freguesia. «Realizou-se a Procissão da Ressurreição antes da missa, percorreu as ruas da vila, Jesus-Hóstia. A procissão bem organizada mostrava bem a fé e o respeito dos fiéis (FD1942).